domingo, 1 de dezembro de 2019

MEMÓRIAS DE UM COLONO NO BRASIL - 1850 - THOMAS DAVATZ - Capítulo II

“O cafezal exige, não há dúvida, um trabalho apreciável.” (p.51)
Davatz traz em seus relatos o caminho árduo trilhado pelo café, desde a prestativa limpeza dos terrenos, plantação das sementes, das características de uma boa árvore e de seus frutos proveitosos, até o transporte do grão aos negros.

Como uma tentativa de simplificar e elucidar o trajeto feito pela economia brasileira, o economista e historiador Caio Prado Jr. escreve em 1970 a respeito dos ciclos econômicos, desde o início da colonização até o século XX, deixando um referencial teórico para o estudo acerca da história econômica do Brasil.
Até o século XIX, esses ciclos podem ser basicamente divididos em: Ciclo do pau-brasil, árvore típica da região litorânea, na qual, pelas mãos indígenas é que se tinha a principal extração; Ciclo da cana-de-açúcar, inesquecível pelo uso dos engenhos e mão-de-obra escrava africana; o ciclo do ouro, efervescente em Minas Gerais; e o ciclo do café, grande impulsionador da economia brasileira no século XIX e sinalado   pela entrada em massa de imigrantes para o trabalho nas lavouras, o qual Thomas Davatz dedica especial atenção em suas memórias. 
O imigrante suíço descreve em seus relatos o trabalho necessário para uma plantação vistosa que arredasse lucros festivos “Para obter uma bonita lavoura dispõem-se as mudas em filas retas e separadas entre si por intervalos de doze pés no mínimo. Com bom tratamento, isto é, com a carpa assídua do terreno, arrancando-se os capinzais e ervas, que são puxados para o redor de cada arbusto, pode o cafezal começar a frutificar já no quarto ano.” (p.50)

No caminho trilhado pelo café, haviam ferramentas como os lençóis de café, peneiras, cestas uteis ao trabalho do homem colono e contribuíam para o bom andamento da lavoura. Já a medição do café, exigia o auxílio de um membro da diretoria, que realizava as atividades de verificação, contagem e registro. Daí passava-se ao transporte pelos negros em carros de boi. 
Todavia, apesar dos cuidados na plantação, um imprevisto como o mau tempo, prorrogado por alguns dias, poderia levar a perda do sumo encontrado nas cerejas de café, acarretando uma má colheita e prejuízo notório principalmente ao colono, que já estabelecido por contrato, desta safra não recebe metade do produto líquido.

Confira agora o podcast!
O podcast de hoje é sobre a chegada do café até o Brasil e todo o seu processo desde a plantação até a exportação, também relato sobre as experiências que vivenciei no no Museu do Imigrante, que mostra desde a chegada do colono até a separação da família.
https://soundcloud.com/luizaavanci/origem-do-cafe-e-fazenda

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